As missões evangélicas que
atuam junto aos povos indígenas no Brasil, têm sido frequentemente alvos de
falsas acusações levantadas através da Mídia sensacionalista e, inclusive, nos
meios acadêmicos. E, mesmo as já investigadas pela Polícia Federal e pelo
Ministério Público Federal e consideradas improcedentes, continuam circulando
nos diversos meios de comunicação como se fossem verdadeiras, maculando a
imagem de pessoas e famílias honestas que dedicam toda a sua vida no
atendimento ao povo indígena no Brasil.
Uma das estratégias adotadas
por esses perseguidores é a tentativa de vincular as agências missionárias
evangélicas ao processo de catequese praticado no tempo da colonização do
Brasil. Porém, omitem que a presença destas agências junto aos índios no Brasil
só ocorreu a partir do século XX (1912) e de forma mais efetiva nas décadas de
1940 e 1950. Ao contrário da postura catequizadora adotada nos séculos anteriores,
as agências missionárias evangélicas foram as primeiras entidades a se
preocupar com o estudo linguístico e antropológico das línguas e das culturas
indígenas e com a autodeterminação desses povos.
Segundo Ruth
Monserrat, prefaciando o livro “Línguas
Indígenas Brasileiras” de Arion D. Rodrigues (1986), até o ano de 1980,
apenas 60 línguas indígenas estavam contempladas com trabalhos de natureza
linguística e em cerca de 50 delas a pesquisa fora feita por linguistas
missionários. Ressalva-se ainda que grande parte dos linguistas brasileiros tiveram
como seus mestres os linguistas missionários da SIL (Sociedade Internacional de
Linguística) que atuaram por cerca de meio século nas Universidades Federais,
tais como, UNICAMP, UNB e UFPa.
Além da implementação da pesquisa
linguística e antropológica, a educação bilíngue e intercultural, deliberada
hoje pelo Ministério da Educação, foi implantada por membros dessas organizações
evangélicas, SIL, MNTB (Missão Novas Tribos do Brasil) e MEVA (Missão
Evangelizadora da Amazônia), dentre outras, como descreveu uma das mentoras
dessa nova modalidade educacional,
“Quando
a SIL começou seu trabalho no Brasil, há 50 anos, a maioria das situações eram
predominantemente monolíngues. Desde então, os linguistas da SIL trabalharam
com a alfabetização, inicialmente, dos adultos, na língua materna, em rigorosa
obediência à estrutura social e aos padrões de autoridade tradicionais do grupo.
(http://educaoescolar.blogspot.com.br/2009_12_01_archive.html.)
Nota-se que a MEVA junto à etnia Wai Wai
na região Norte do Brasil que, começou a educação escolar indígena pela língua
materna e com posterior transição para o português, resultando hoje numa taxa quase
zero na taxa de analfabetismo nessa etnia. A maioria da população já completou
o ensino fundamental e muitos cursam o ensino médio na própria aldeia. Grande parte dessa população é bilíngue
e podem conviver harmoniosamente com a sociedade nacional e com outras etnias
indígenas sem, contudo, abandonarem sua cultura e sua língua. Professores foram
treinados e, com pagamento feito pelos próprios nativos, foi instituído ali o
magistério indígena, muito antes da atuação do Município e do Estado, que somente
se deu no final da década de 1990. Hoje cerca de 50 professores cursam
graduação em Educação Intercultural pela Universidade Estadual e mais de 20 jovens
estudam nas Universidades Federais na região.
Outro argumento forçado é o de que o
trabalho missionário é uma ameaça as culturas indígenas, argumento totalmente
contrário aos registros oficiais sobre o assunto. Na matéria da Revista Veja
intitulado “A Lei da Bíblia na Selva”, referente ao trabalho missionário junto
à etnia Baniwa, no Norte Amazonas, foi registrado que:
“A convivência
(...) do mundo novo com o antigo é mais espantosa quando se sabe que foi Jesus
Cristo (...) que acabou garantindo sua sobrevivência. Eis uma novidade capaz de
abalar muitas das teorias antropológicas, mais especificamente a que via o
Evangelho como um vilão responsável pela aculturação indígena (...) a Bíblia converteu-se num poderoso veículo
de coesão cultural.” grifo nosso
(Revista Veja, janeiro de 1998)
Já entre os Zo’é no Pará, quando
assistidos por missionários da MNTB em 1989, um assessor da presidência da Funai, Candido Guerreiro Guimarães, ao
vistoriar a área declarou: “.... a
missão que se instalou na tribo em 1982 não influenciou em nada a cultura dos
índios, designados provisoriamente como ‘arredios do rio Cuminapanema.
Em três anos de Funai e mais trinta de Força Aérea Brasileira, eu nunca vi nada
parecido.” (Folha de S. Paulo - 04/05/89) grifamos
E como esses argumentos acima citados
não se sustentam, os perseguidores acabam por apelar e passaram a insinuar que
a presença missionária nas aldeias constitui uma ameaça à saúde e à vida dos
indígenas. No entanto, omitem que até o
final da década de 1990, quando o Ministério da Saúde assumiu a assistência aos
indígenas, quem fazia a maior parte desse trabalho eram os enfermeiros e
médicos missionários e sem nenhum custo para os cofres públicos. E diga-se
de passagem, não havia reclamações dos indígenas como existe hoje sobre o tipo
de atendimento recebido por eles. Aliás, muitas etnias resistiram fortemente a essa
mudança, mas sem sucesso devido às arbitrariedades que sempre são cometidas
contra eles.
Além do mais, ignoram que a população
evangélica é a que está menos suscetível às doenças infecto contagiosas e não
possui vícios e práticas que atentem contra a saúde humana e provoquem
dependência e o contágio de outras pessoas. Além do mais, os membros das
agências missionárias são, devidamente, orientados quanto ao cuidado de sua
saúde e preparados para cuidar daqueles a quem irão servir. Fazem seu trabalho
motivados pelo amor a Deus e ao próximo e não apenas para ganhar um bom salário
ou adquirir fama e, por isso, não medem esforços no socorro aos necessitados.
No entanto, essa postura acusatória tem sido
recorrente, principalmente, quando se trata de populações isoladas e as consideradas
de recente contato, como é o caso da população Zo’é, junto dos quais a MNTB foi
inescrupulosamente caluniada e difamada. E, embora todas essas acusações já tenham sido investigadas e consideradas
improcedentes pelas autoridades competentes, as mesmas continuam sendo copiadas
e publicadas, em total desrespeito à conclusão pericial da Polícia Federal e à
decisão do Ministério Público Federal e da Justiça Federal, abaixo delineadas:
“Pelo exposto, esta autoridade não encontrou
provas suficientes para que pudesse concluir que a presença da MNTB na região
teria ocasionado a morte da população ZO’É, ou seja, não existe comprovação de
relação de causalidade entre a ação da MNTB e o resultado morte dos índios
ZO’É.” (IPL085/1998-DPF.B/SNM/PA)
E, com base nesse relatório, pugnou-se o MPF pelo ¨... arquivamento do feito, pois que não
comprovados os crimes previstos no art. 121, caput, CP, e crimes previstos no
art. 267 e 268, imputados de início a membros da MNTB...¨ (Proc. n.
2000.3902.001859-0, IPL n. 085/98), sendo o
processo arquivado pela Justiça Federal em 27 de fevereiro de 2004
O que de fato aconteceu a esse povo está
devidamente registrado nos relatórios oficiais da MNTB, bem como dos médicos da
FUNAI a visitar a área na época. Dentre eles o Dr. Lauro Moreira Faro que, em
seu relatório à FUNAI declarou:
“No dia 22.02.89, nos deslocamos para Santarém
com a finalidade de fazer um levantamento das condições da assistência prestada
pela Missão Novas Tribos do Brasil aos índios (…) Examinamos todos os índios
que estavam na missão e constatamos que todos estavam em regular estado de
saúde; alegres dispostos, brincalhões (…) Achamos
que o trabalho que vem sendo realizado pela missão é muito sério e que eles
merecem um reconhecimento pelo amor e dedicação que têm para com os índios.” grifo nosso
Uma
informação fundamental que propositalmente é omitida pelos acusadores é a de que,
quando os missionários chegaram naquela região, essa população indígena já
estava num sério processo de extinção, devido à malária contraída a cerca de
vinte anos atrás, conforme concluiu o Dr. Lauro da FUNAI ao perceber o baixo
índice de jovens e adolescente nessa etnia. E, graças essa dedicação e amor dos missionários pelos índios, indo de
aldeia em aldeia para tratamento dessa epidemia, a situação de saúde do grupo
foi revertida e a população voltou a crescer de 119 pessoas no primeiro censo
para 136, quatro anos depois. Hoje, segundo o censo da SESAI (Secretaria
Especial de Saúde Indígena), responsável por esse serviço público nas aldeias,
soma-se cerca de 270 pessoas.
Daí se conclui que essas
acusações são frequentemente levantadas com objetivo claro de manipular a
opinião pública e convencer as autoridades a abalizar o seu procedimento
inconstitucional de proibição da atuação missionária nas aldeias e de cerceamento
do direito dos indígenas de opção religiosa. Não obstante, esses direitos sejam
amplamente assegurados pela Constituição Federal do Brasil, pela Declaração
Universal dos Direitos Humanos e demais leis correlatas, agentes federais e
representantes de certas ONGs insistem em defender essa ideologia perniciosa. E,
lamentavelmente, muitos internautas e jornalistas desinformados, ao copiarem e
republicarem essas matérias, acabam se tornando cumplice dessa postura
discriminatória e de perseguição religiosa a pessoas de bem, correndo,
inclusive, o risco de serem enquadrados
em algum momento pela justiça como cúmplice por essa atitude.
PELO EXPOSTO, PERCEBE-SE QUE, AO CONTRÁRIO DO QUE MUITOS TENTAM INCULCAR NA MENTE DA
POPULAÇÃO EM GERAL, A PRESENÇA MISSIONÁRIA NAS ALDEIAS INDÍGENAS TEM SIDO UM
VERDADEIRO SOCORRO À VIDA DESSAS PESSOAS E O MAIOR FATOR DE PRESERVAÇÃO
CULTURAL E LINGUÍSTICA DESSA POPULAÇÃO.
2 comentários:
Quer conhecer mais sobre esta história? Acesse também este link http://www.oimpacto.com.br/questao-zo%E2%80%99e-a-historia-que-nao-e-contada/
Vale a pena ler isso. Desmascarar as artimanhas e sofismas dos antropólogos esquerdistas supostos defensores dos indígenas e necessário.
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