quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

MISSÕES EVANGÉLICAS: AMEAÇA OU SOCORRO PARA OS POVOS INDÍGENAS?

         As missões evangélicas que atuam junto aos povos indígenas no Brasil, têm sido frequentemente alvos de falsas acusações levantadas através da Mídia sensacionalista e, inclusive, nos meios acadêmicos. E, mesmo as já investigadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal e consideradas improcedentes, continuam circulando nos diversos meios de comunicação como se fossem verdadeiras, maculando a imagem de pessoas e famílias honestas que dedicam toda a sua vida no atendimento ao povo indígena no Brasil.

 Uma das estratégias adotadas por esses perseguidores é a tentativa de vincular as agências missionárias evangélicas ao processo de catequese praticado no tempo da colonização do Brasil. Porém, omitem que a presença destas agências junto aos índios no Brasil só ocorreu a partir do século XX (1912) e de forma mais efetiva nas décadas de 1940 e 1950. Ao contrário da postura catequizadora adotada nos séculos anteriores, as agências missionárias evangélicas foram as primeiras entidades a se preocupar com o estudo linguístico e antropológico das línguas e das culturas indígenas e com a autodeterminação desses povos.
  
Segundo  Ruth Monserrat, prefaciando o livro “Línguas Indígenas Brasileiras” de Arion D. Rodrigues (1986), até o ano de 1980, apenas 60 línguas indígenas estavam contempladas com trabalhos de natureza linguística e em cerca de 50 delas a pesquisa fora feita por linguistas missionários. Ressalva-se ainda que grande parte dos linguistas brasileiros tiveram como seus mestres os linguistas missionários da SIL (Sociedade Internacional de Linguística) que atuaram por cerca de meio século nas Universidades Federais, tais como, UNICAMP, UNB e UFPa.

Além da implementação da pesquisa linguística e antropológica, a educação bilíngue e intercultural, deliberada hoje pelo Ministério da Educação, foi implantada por membros dessas organizações evangélicas, SIL, MNTB (Missão Novas Tribos do Brasil) e MEVA (Missão Evangelizadora da Amazônia), dentre outras, como descreveu uma das mentoras dessa nova modalidade educacional,

“Quando a SIL começou seu trabalho no Brasil, há 50 anos, a maioria das situações eram predominantemente monolíngues. Desde então, os linguistas da SIL trabalharam com a alfabetização, inicialmente, dos adultos, na língua materna, em rigorosa obediência à estrutura social e aos padrões de autoridade tradicionais do grupo. (http://educaoescolar.blogspot.com.br/2009_12_01_archive.html.)

Nota-se que a MEVA junto à etnia Wai Wai na região Norte do Brasil que, começou a educação escolar indígena pela língua materna e com posterior transição para o português, resultando hoje numa taxa quase zero na taxa de analfabetismo nessa etnia. A maioria da população já completou o ensino fundamental e muitos cursam o ensino médio na própria aldeia. Grande parte dessa população é bilíngue e podem conviver harmoniosamente com a sociedade nacional e com outras etnias indígenas sem, contudo, abandonarem sua cultura e sua língua. Professores foram treinados e, com pagamento feito pelos próprios nativos, foi instituído ali o magistério indígena, muito antes da atuação do Município e do Estado, que somente se deu no final da década de 1990. Hoje cerca de 50 professores cursam graduação em Educação Intercultural pela Universidade Estadual e mais de 20 jovens estudam nas Universidades Federais na região.


Outro argumento forçado é o de que o trabalho missionário é uma ameaça as culturas indígenas, argumento totalmente contrário aos registros oficiais sobre o assunto. Na matéria da Revista Veja intitulado “A Lei da Bíblia na Selva”, referente ao trabalho missionário junto à etnia Baniwa, no Norte Amazonas, foi registrado que:

 “A convivência (...) do mundo novo com o antigo é mais espantosa quando se sabe que foi Jesus Cristo (...) que acabou garantindo sua sobrevivência. Eis uma novidade capaz de abalar muitas das teorias antropológicas, mais especificamente a que via o Evangelho como um vilão responsável pela aculturação indígena (...) a Bíblia converteu-se num poderoso veículo de coesão cultural.grifo nosso (Revista Veja, janeiro de 1998)
           
Já entre os Zo’é no Pará, quando assistidos por missionários da MNTB em 1989, um assessor da presidência da Funai, Candido Guerreiro Guimarães, ao vistoriar a área declarou: “.... a missão que se instalou na tribo em 1982 não influenciou em nada a cultura dos índios, designados provisoriamente como ‘arredios do rio Cuminapanema. Em três anos de Funai e mais trinta de Força Aérea Brasileira, eu nunca vi nada parecido.” (Folha de S. Paulo - 04/05/89) grifamos

E como esses argumentos acima citados não se sustentam, os perseguidores acabam por apelar e passaram a insinuar que a presença missionária nas aldeias constitui uma ameaça à saúde e à vida dos indígenas. No entanto, omitem que até o final da década de 1990, quando o Ministério da Saúde assumiu a assistência aos indígenas, quem fazia a maior parte desse trabalho eram os enfermeiros e médicos missionários e sem nenhum custo para os cofres públicos. E diga-se de passagem, não havia reclamações dos indígenas como existe hoje sobre o tipo de atendimento recebido por eles. Aliás, muitas etnias resistiram fortemente a essa mudança, mas sem sucesso devido às arbitrariedades que sempre são cometidas contra eles.

Além do mais, ignoram que a população evangélica é a que está menos suscetível às doenças infecto contagiosas e não possui vícios e práticas que atentem contra a saúde humana e provoquem dependência e o contágio de outras pessoas. Além do mais, os membros das agências missionárias são, devidamente, orientados quanto ao cuidado de sua saúde e preparados para cuidar daqueles a quem irão servir. Fazem seu trabalho motivados pelo amor a Deus e ao próximo e não apenas para ganhar um bom salário ou adquirir fama e, por isso, não medem esforços no socorro aos necessitados.

No entanto, essa postura acusatória tem sido recorrente, principalmente, quando se trata de populações isoladas e as consideradas de recente contato, como é o caso da população Zo’é, junto dos quais a MNTB foi inescrupulosamente caluniada e difamada. E, embora todas essas acusações já tenham sido investigadas e consideradas improcedentes pelas autoridades competentes, as mesmas continuam sendo copiadas e publicadas, em total desrespeito à conclusão pericial da Polícia Federal e à decisão do Ministério Público Federal e da Justiça Federal, abaixo delineadas:

 “Pelo exposto, esta autoridade não encontrou provas suficientes para que pudesse concluir que a presença da MNTB na região teria ocasionado a morte da população ZO’É, ou seja, não existe comprovação de relação de causalidade entre a ação da MNTB e o resultado morte dos índios ZO’É.” (IPL085/1998-DPF.B/SNM/PA)

E, com base nesse relatório, pugnou-se o MPF pelo ¨... arquivamento do feito, pois que não comprovados os crimes previstos no art. 121, caput, CP, e crimes previstos no art. 267 e 268, imputados de início a membros da MNTB...¨ (Proc. n. 2000.3902.001859-0, IPL n. 085/98), sendo o processo arquivado pela Justiça Federal em 27 de fevereiro de 2004

O que de fato aconteceu a esse povo está devidamente registrado nos relatórios oficiais da MNTB, bem como dos médicos da FUNAI a visitar a área na época. Dentre eles o Dr. Lauro Moreira Faro que, em seu relatório à FUNAI declarou:

 “No dia 22.02.89, nos deslocamos para Santarém com a finalidade de fazer um levantamento das condições da assistência prestada pela Missão Novas Tribos do Brasil aos índios (…) Examinamos todos os índios que estavam na missão e constatamos que todos estavam em regular estado de saúde; alegres dispostos, brincalhões (…) Achamos que o trabalho que vem sendo realizado pela missão é muito sério e que eles merecem um reconhecimento pelo amor e dedicação que têm para com os índios. grifo nosso
           
            Uma informação fundamental que propositalmente é omitida pelos acusadores é a de que, quando os missionários chegaram naquela região, essa população indígena já estava num sério processo de extinção, devido à malária contraída a cerca de vinte anos atrás, conforme concluiu o Dr. Lauro da FUNAI ao perceber o baixo índice de jovens e adolescente nessa etnia. E, graças essa dedicação e amor dos missionários pelos índios, indo de aldeia em aldeia para tratamento dessa epidemia, a situação de saúde do grupo foi revertida e a população voltou a crescer de 119 pessoas no primeiro censo para 136, quatro anos depois. Hoje, segundo o censo da SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena), responsável por esse serviço público nas aldeias, soma-se cerca de 270 pessoas.

Daí se conclui que essas acusações são frequentemente levantadas com objetivo claro de manipular a opinião pública e convencer as autoridades a abalizar o seu procedimento inconstitucional de proibição da atuação missionária nas aldeias e de cerceamento do direito dos indígenas de opção religiosa. Não obstante, esses direitos sejam amplamente assegurados pela Constituição Federal do Brasil, pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e demais leis correlatas, agentes federais e representantes de certas ONGs insistem em defender essa ideologia perniciosa. E, lamentavelmente, muitos internautas e jornalistas desinformados, ao copiarem e republicarem essas matérias, acabam se tornando cumplice dessa postura discriminatória e de perseguição religiosa a pessoas de bem, correndo, inclusive, o risco de serem enquadrados em algum momento pela justiça como cúmplice por essa atitude.

PELO EXPOSTO, PERCEBE-SE QUE, AO CONTRÁRIO DO QUE MUITOS TENTAM INCULCAR NA MENTE DA POPULAÇÃO EM GERAL, A PRESENÇA MISSIONÁRIA NAS ALDEIAS INDÍGENAS TEM SIDO UM VERDADEIRO SOCORRO À VIDA DESSAS PESSOAS E O MAIOR FATOR DE PRESERVAÇÃO CULTURAL E LINGUÍSTICA DESSA POPULAÇÃO.

2 comentários:

Anônimo disse...

Quer conhecer mais sobre esta história? Acesse também este link http://www.oimpacto.com.br/questao-zo%E2%80%99e-a-historia-que-nao-e-contada/

Silas de Lima disse...

Vale a pena ler isso. Desmascarar as artimanhas e sofismas dos antropólogos esquerdistas supostos defensores dos indígenas e necessário.